O oitavo mandamento:
“Não apresentarás um falso testemunho
contra teu próximo” (Ex 20,16). “Ouvistes também o que foi dito aos antigos:
Não perjurarás, mas cumprirás os teus juramentos para com o Senhor” (Mt 5,33).
O Oitavo Mandamento proíbe mentir ou
falsificar a verdade nas relações com os outros. Deus é a Verdade; Jesus disse:
“Eu Sou a Verdade” (Jo 14,6). E a vocação do povo santo é ser testemunha do seu
Deus, que é a Verdade. Jesus chamou o Espírito Santo de “Espírito da Verdade”
(Jo 14,17; 16,13) e deixou bem claro que o demônio é o “pai da mentira”, “Ele é
homicida desde o princípio e não permaneceu na verdade, porque a verdade não
está nele. Quando diz a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso
e pai da mentira” (Jo 8,44).
A Lei dada a Moisés proibia
severamente a calúnia e difamação, que de certa forma são mentiras. O respeito
à reputação e à honra das pessoas proíbe toda atitude ou palavra de
maledicência ou calúnia.
“Não levantarás falso testemunho
contra teu próximo” (Ex 20,16). Os discípulos de Cristo “revestiram-se do homem
novo, criado segundo Deus na justiça e santidade da verdade” (Ef 4,24).
Jesus coloca a verdade como
libertadora do homem e esta está na Sua Palavra: “Se permanecerdes na minha
palavra, sereis meus verdadeiros discípulos; conhecereis a verdade e a verdade
vos libertará”.
São Paulo ensina que Deus quer que
todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2, 4) e que “a
Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (1Tm 3, 15). Assim, sem a Igreja,
sem o ensino do Magistério da Igreja, não se conhece a verdade plena. Jesus, na
última Ceia, garantiu que o Espírito Santo revelaria à Igreja “toda a verdade”
(Jo 14, 25; 16,13)
A verdade é a virtude que consiste em
mostrar-se verdadeiro no agir e no falar, fugindo da duplicidade e também da
simulação, do fingimento e da hipocrisia. Por outro lado, São Paulo ensina que
o cristão não deve “se envergonhar de dar testemunho de Nosso Senhor” (2Tm 1,8)
em atos e palavras. Muitos filhos da Igreja chegaram ao martírio, que é o
supremo testemunho prestado à verdade da fé.
Toda falta cometida contra a verdade
exige reparação para que haja justiça; assim, a pessoa a quem se mentiu não
fica enganada e prejudicada.
A Igreja ensina que não somos sempre
obrigados a revelar a verdade; o que não se pode é mentir; uma regra de ouro
ajuda a discernir, nas situações concretas, se convém ou não revelar a verdade
àquele que a pede. Por exemplo, o sigilo sacramental é inviolável. “Os segredos
profissionais devem ser guardados. As confidências prejudiciais a outros não
devem ser divulgadas”, diz o Catecismo da Igreja (§2511).
A sociedade tem direito a uma
informação fundada na verdade, na liberdade e na justiça; por isso os meios de
comunicação devem ter moderação e disciplina e se pautar pela verdade. Não se
pode acusar alguém de crime ou dolo sem provas concretas.
Prof Felipe Aquino - http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2012/08/20/o-oitavo-mandamento/
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