Bento XVI


Bento XVI apela à paz no leste da República Democratica do Congo. Foi no Angelus em que falou também de ricos desonestos 


 “Sigo com afecto e preocupação as vicissitudes da população do Leste da Republica Democrática do Congo, objecto, nestes dias, de atenção também da parte duma reunião de alto nível nas Nações Unidas. Estou particularmente próximo dos refugiados, das mulheres e crianças, que por causa de persistentes recontros armados são submetidos a sofrimentos, violências e profundo mal-estar. Invoco Deus, a fim de que se encontre vias pacíficas de diálogo e de protecção de tantos inocentes e a fim de que se chegue sem demoras à paz, fundada na justiça, e seja retomada a convivência fraterna no seio daquela população tão provada, assim como em toda aquela Região. 
Este o apelo lançado pelo Papa Bento XVI este domingo, 30 de Setembro por ocasião da oração Mariana do Angelus em Castelo Gandolfo, momento em que o Papa se despediu da população daquela localidade, pois que regressa amanhã, 1 de Outubro ao Vaticano…. 
Caros amigos, como sabeis regresso amanhã ao Vaticano: com afecto digo-vos “arrivederci” (até à próxima) e peço-vos para levardes as minhas saudações a toda a comunidade”. 
Nas habituais reflexões, antes da oração mariana do Angelus (a última, portanto, deste Verão em Castelo Gandolfo), Bento XVI partiu do Evangelho de São Marcos lido na missa deste domingo para dizer que há episódios da vida de Jesus para os quais tendemos a dar pouca importância, mas que são dum profundo significado. Um deles é o que o evangelista Marcos nos ilustra: um tal, que não era sequaz de Jesus tinha libertado alguém do demónio em nome de Cristo. O apóstolo João tenta impedir isso, mas Jesus não lho permite. Antes pelo contrário, aproveita para dizer aos discípulos que Deus pode realizar coisas boas e mesmo prodigiosas também fora do seu circulo e que se pode colaborar para a causa do Reino dos Céus de diversas formas, por exemplo dando um copo de água a um missionário. Aliás, disse, recordando Santo Agostinho “assim como na Igreja católica se podem encontrar se podem encontrar coisas não católicas, assim também fora da Católica pode-se encontrar algo de católico. Por isso, acrescentou o Papa, não há que ter inveja… 
“(…) Os membros da Igreja não ter inveja, mas sentir-se alegres se alguém de fora da comunidade faz o bem em nome de Cristo, desde que o faça com recta intenção e com respeito” . 
O Papa pôs ainda em relevo um outro aspecto da liturgia deste domingo: a invectiva do apóstolo Tiago contra os ricos desonestos que se sentem seguros com base nas riquezas acumuladas de forma ilícita. Aqui o Papa recorre às palavras de Cesário de Arles para recordar que assim como “a riqueza não pode fazer mal a uma pessoa boa, porque a doa com misericórdia, assim também não pode ajudar uma pessoa má, se esta a conserva com avidez ou a desperdiça na dissipação”. Estas palavras do apóstolo Tiago – concluiu o Papa – chamam atenção para a “vã avidez de bens materiais, exortando a usá-los na perspectiva da solidariedade e do bem comum sempre com equidade e moralidade a todos os níveis 
Para além do apelo a favor da RDC e das palavras de despedida da população de Castelo Gandolfo, na sua saudação em língua francesa o Papa recordou que está-se no período da abertura do ano académico universitário e exortou os educadores a darem aos jovens estudantes o gosto de ter uma profissão e de ocupar o lugar que lhes espera na sociedade, recordando que a Universidade pode ser um lugar de fraternidade. Um lugar do qual Deus não está ausente: 
Convido os adultos a educarem, em todas as circunstâncias os jovens à mútua estima, à atenção uns para com os outros e à procura de Deus”. Que Jesus seja nosso guia no caminho do amor para com o próximo e da oração. Bom ano académico a todos!”

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