“Bendito seja o Senhor, Deus de
Israel, porque visitou e resgatou o seu povo, e suscitou-nos um poderoso
Salvador, na casa de Davi, seu servo…”. Com essas palavras proféticas o velho
Zacarias, pai de S. João Batista, anunciava a sua chegada ao mundo, aquele que
fora escolhido por Deus para “preparar os caminhos do Senhor”. E Zacarias
antecipava desde já a missão do Salvador: “…há de iluminar os que jazem nas
trevas e na sombra da morte e dirigir os nossos passos no caminho da paz”. (Lc
1,68)
Quando Jesus foi apresentado a
Deus no Templo, pela boca de um outro ancião, Simeão, foi revelada a
missão do Salvador: “Porque os meus olhos viram a vossa salvação que
preparastes diante de todos os povos, como luz para iluminar as nações, e para
a glória de vosso povo de Israel. “Eis que este menino está destinado a
ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser
um sinal de contradições….” (Lc 2, 28-35).
Ele veio para iluminar o mundo
com a Sua Luz divina; e há dois milênios isto acontece. “O Verbo era a
verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem.” (Jo 1,5). Jesus é a
“Luz do mundo”; Ele disse: “Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não
andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (Jo 8,12); e ainda: “Por isso,
enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo”. (Jo 9,5)
O Papa João Paulo II disse na
encíclica “Jesus Cristo, Redentor dos homens”, que “sem Jesus Cristo o homem
permanece para si mesmo um desconhecido; um mistério insondável, um enigma
indecifrável”. Sem Jesus Cristo, a vida não tem sentido, o homem não sabe
o sentido da dor, o significado da morte, não sabe de onde veio e nem para onde
vai; e não sabe o que está fazendo neste mundo. Vive sem rumo, sem meta, sem
destino, sem dignidade.
Só Jesus Cristo revela o homem
ao próprio homem, ensinou o Concilio Vaticano II. Sem Jesus Cristo a moral se
desintegra, o valor individual de cada pessoa desaparece, e a vida dos homens
se assemelha à vida dos animais. São João disse que: “Nele havia a vida, e a
vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a
compreenderam… O Verbo era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo
homem. Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu.
Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam.” (Jo 1, 5-15)
A Luz veio a este mundo para
brilhar no meio das trevas do pecado; por isso Jesus é “sinal de contradição”;
sempre foi e sempre será, diante dele cada um se define, por Ele ou contra Ele.
As trevas do pecado sempre tentaram apagar esta Luz, mas nunca conseguiram e
jamais conseguirão; porque a Igreja a mantém sempre acesa.
Mais do que nunca hoje o ódio
das trevas se manifesta contra a Luz de Cristo e contra a Igreja; de modo
especial vemos isto nas questões morais. A todo custo e a todo instante,
tenta-se aprovar a ignomínia do aborto, da eutanásia, da contracepção radical
através da mutilação do homem ou da mulher, a aprovação dos “casamentos” de
homossexuais, a manipulação de embriões com fins visivelmente comerciais e
tantas outras iniciativas que desrespeitam a dignidade humana.
Jesus disse que “ninguém acende
uma lâmpada e a cobre com um vaso ou a põe debaixo da cama; mas a põe sobre um
castiçal, para iluminar os que entram” (Lc 8,16). Com isto Ele está nos dizendo
que o seu ensinamento, “A Lei de Cristo”, não pode ser escondida e silenciada
pelos cristãos. Estamos vivendo tempos difíceis onde as trevas tentam apagar a
Luz de Cristo e do Evangelho no meio dos homens. Isto já aconteceu muitas vezes
nestes dois mil anos de História da Igreja e muitos católicos derramaram o seu
sangue para que a Luz de Cristo não se apagasse na sociedade; agora chegou a
nossa vez. Vamos deixar a Luz do Evangelho se apagar em nosso pais? Vamos
permitir que o aborto seja aprovado entre nós? Vamos transformar em lei, em
casamento, a união de um homem com outro homem, e vamos chamar de “família”
quando eles adotam um filho?
Martin Luther King, o grande
pastor americano negro assassinado em 1964 na luta contra o racismo, dizia: “O
que mais me preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos
desonestos, nem dos sem caráter, nem dos sem ética; o que mais me preocupa é o
silêncio dos bons.” Esse “silêncio dos bons” é de fato um pecado de omissão
muito grave; é o medo de se comprometer com a verdade de Cristo, e permite que
o mal avance sobre todos. O Papa Leão XIII (1878-1903) disse também que: “A
audácia dos maus avança por causa da omissão dos bons”. Não podemos ser
cristãos “calados” e omissos, especialmente hoje quando o cristianismo, a
Igreja católica e Jesus Cristo são afrontados. O “cristão é um outro Cristo”
(alter Christus)
Prof.
Felipe Aquino em http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2012/08/10/luz-das-nacoes/#more-9811
Comentários
Postar um comentário