Bento XVI


“O amor de Deus atua lá onde encontra a fé do homem”: Bento XVI ao meio dia antes da Oração do Angelus em Castel Gandolfo.


Numerosos fiéis e turistas de várias partes do mundo reuniram-se neste domingo ao meio dia no pátio da residência Papal de Castelo Gandolfo, para ouvir o Santo Padre que ali se encontra para um período de repouso, e rezar com ele a oração mariana do Angelus. Ouça ou leia, como preferir ... Logo que apareceu à janela, e saudou a todos com o clássico “caros irmãos e irmãs”… um grupo de jovens de cidade alemã de Dresda entoou o Gloria. 
Bento VXI agradeceu-os, e passou depois à sua alocução comentando as palavras do Evangelho da missa deste domingo em que o evangelista Marcos recorda que ninguém é profeta na própria Pátria. E isto aconteceu também com Jesus que, por volta dos 30 anos de idade, deixou a sua terra, Nazaré, e foi para outras localidades, apregoando e fazendo milagres. Quando voltou a Nazaré, onde era conhecido como o carpinteiro “filho de Maria” e os seus conterrâneos o ouviram falar com sagacidade na Sinagoga, ficaram escandalizados. 
Um facto que o Santo Padre considerou compreensível, pois a familiaridade humana torna difícil ir mais além e abrir-se à dimensão divina. O próprio Jesus cita o exemplo dos profetas de Israel que, precisamente na sua terra, foram desprezado, e identifica-se com eles. Por causa deste fechamento espiritual – disse o Papa – Jesus não pôde realizar “nenhum prodígio em Nazaré. Limitou-se a impor as mãos sobre poucos doentes e curá-los.
Com efeito, os milagres não são para Jesus uma demonstração da sua potência, mas sim, sinal do amor de Deus que actua lá onde encontra a fé do homem. Inicialmente - prosseguiu o Papa – parece que Jesus justifica esse má acolhimento dos seus conterrâneos, mas o evangelista Marcos acaba por nos revelar que embora sabendo que ninguém é profeta na própria terra, Jesus, no fundo, fica escandalizado com essa atitude, incompreensível para ele: 
“Como é possível que não reconheçam a luz da Verdade? Porque não se abrem à bondade de Deus que Ele quis partilhar com a nossa humanidade? Com efeito o homem, Jesus de Nazaré é o espelho de Deus, n’Ele habita plenamente. E enquanto nós procuramos sempre outros sinais, outros prodígios, não nos damos conta de que o verdadeiro Sinal é Ele, Deus feito carne, é Ele o maior milagre do universo: todo o amor de Deus contido num coração humano, no rosto dum homem!”  Quem compreendeu verdadeiramente essa realidade foi a Virgem Maria. Aprendamos dela, nossa Mãe na Fé, - disse o Papa - a reconhecer na humanidade de Cristo a perfeita realização de Deus. 
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Depois da oração do Angelus, o Papa saudou antes de mais a comunidade local de Castelo Gandolfo, e depois os peregrinos em italiano, francês, inglês, alemão, espanhol e polaco, suscitado aplausos e gritos de afecto dos diferentes grupos presentes. Referiu-se, entre outros, às religiosas de Santa Isabel de várias partes do mundo que estão a comemorar 10 anos de profissão perpétua; aos grupos francófonos do Senegal, Congo e da capelania do Golfo de Saint-Tropez, localidade balnear da França, recomendando-lhe que neste período estival não mandem Deus para férias, e continuem a rezar a ir à missa. Saudou também os participantes na peregrinação da Família da Rádio Maria, reunidos e Jasna Gora, na Polónia, para rezar pela Pátria, pelas famílias e a liberdade de expressão. E ainda os jovens bolseiros da Fundação “Obra do Novo Milénio” reunidos em Lublino, sempre na Polónia, juntamente com crentes de diversas outras religiões e que esta noite rezarão pela paz. O Papa disse unir-se a eles e rezar pela paz para todos. 

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