Nesta quarta, Bento XVI dedicou sua catequese ao Salmo 22.
“Uma oração dolorosa e tocante, de uma densidade humana e riqueza teológica que o tornam um dos Salmos mais rezados e estudados de todo o Saltério” (Bento XVI).
O santo padre sabiamente vem nos direcionando em suas catequeses ao caminho da oração, do contato com Deus. A reflexão deste Salmo nos mostra que a oração nos leva a uma grande fé, mesmo diante do silencio de Deus.
“Deus silencia-se, e esse silêncio lacera a alma do orante, que incessantemente chama, mas sem encontrar resposta. Os dias e as noites sucedem, em uma busca inestancável de uma palavra, de um auxílio que não vem; Deus parece tão distante, tão esquecido, tão ausente. A oração pede escuta e resposta, solicita um contato, busca uma relação que possa dar conforto e salvação” (Bento XVI).
Mesmo diante da falta de respostas da parte de Deus não podemos perder a fé, pois Deus silencia, mas não nos abandona. Talvez o silêncio seja fruto da nossa incompreensão aos planos de Deus. E como cegos guiados pelo vento, acabamos agindo como os discípulos de Emaús, que apesar de estarem com o próprio Cristo os seus olhos não o enxergaram (Lc 24,13-32). Precisamos seguir a imagem de Cristo, é necessário o abandono e muitas vezes a humilhação para assim chegarmos á verdadeira vida. Na sua ressurreição Jesus nos acolhe e nos torna também capazes de alcançar a graça da vida eterna sob o amor misericordioso do Pai.
“Foste tu que me fizeste sair do seio materno, me fizeste descansar sobre o peito de minha mãe. Quando nasci me acolheste desde o seio materno tu és meu Deus” (Sl 22,10-11).
“Não fiqueis longe de mim, pois estou atribulado; vinde para perto de mim, porque não há quem me ajude" (v. 12).
Não podemos perder a fé, precisamos insistir em ficar de pé mesmo diante dos Leões que rugem e das feras que nos perseguem. Precisamos estar firmes e orantes, Com os olhos fixos na cruz, pois contemplando os mistérios pascais nos fortalecemos com o amor que vem de Cristo, amor “mais forte que a morte”.
O Senhor vem em auxílio, salvou o pobre e lhe mostrou o seu rosto de misericórdia. Morte e vida se entrecruzam em um mistério inseparável, e a vida triunfou, o Deus da salvação se mostrou no Senhor de modo incontestável, tanto que todos os confins da terra O celebrarão e diante d'Ele todas as famílias dos povos se prostrarão. É a vitória da fé, que pode transformar a morte em dom da vida, o abismo da dor em fonte de esperança (Bento XVI).
O Papa vem nos orientar e nos mostrar que é preciso alimentar sempre a nossa fé através da oração, do contato direto com o próprio Deus presente nas santas escrituras. Procuremos então neste mês da bíblia abrir o nosso coração e se debruçar diante da palavra e assim quebrar o silêncio iniciando um diálogo eterno com o nosso Senhor.
Ao final da catequese o Papa dirigiu sua saudação aos fiéis de língua portuguesa: Dirijo a minha saudação amiga aos membros da União Missionária Franciscana, vindos de Portugal, aos brasileiros do Grupo Vocacional e a todos os demais peregrinos lusófonos aqui presentes. Neste dia da Exaltação da Santa Cruz, deixemo-nos invadir pela luz do mistério pascal, para reconhecermos o caminho da exaltação precisamente na humilhação, colocando toda a nossa esperança em Deus, e assim o nosso grito de ajuda transformar-se-á em cântico de louvor. E que a bênção de Deus desça sobre vós e vossas famílias!
Acesse na integra o texto do santo Padre: http://www.zenit.org/article-28839?l=portuguese
João Paulo Ribeiro, Comunicação Viva Chama.
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