Os dez mandamentos

O Primeiro Mandamento

Eu sou o Senhor, teu Deus, que te fez sair da terra do Egito, da casa da escravidão. Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem esculpida de nada que se assemelhe ao que existe lá em cima, nos céus, ou embaixo, na terra, ou nas águas que estão debaixo da terra. Não te prostrarás diante desses deuses, e não os servirás. (Ex 20).

Está escrito: "Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a Ele prestarás culto" (Mt 4,10).
Deus nos liberta da escravidão e nos convida a amá-lo, ele nos mostra como é poderoso, relembra todas as suas obras desde a criação do mundo até a plenitude da liberdade do homem. O primeiro apelo e exigência justa de Deus em sua lei, é que o homem o acolha e o adore acima de todas as coisas. O homem tem a vocação de manifestar Deus agindo de acordo com sua criação "à imagem e semelhança de Deus" (Gn 1,26)
"O primeiro preceito abrange a fé, a esperança e a caridade. Com efeito, quando se fala de Deus, fala-se de um ser constante, imutável, sempre o mesmo, fiel, perfeitamente justo. Daí decorre que nós devemos necessariamente aceitar suas palavras e ter nele uma fé e uma confiança plena. Ele é Todo-Poderoso, clemente, infinitamente inclinado a fazer o bem. Quem poderia deixar de pôr nele todas as suas esperanças? E quem poderia deixar de amá-lo, contemplando os tesouros de bondade e de ternura que Ele derramou sobre nós?."  (Catecismo da Igreja Católica - 2086)
Nosso dever em relação a Deus consiste em crê nele e em dar testemunho dele, através da nossa fé. O primeiro mandamento manda-nos, alimentar e guardar com prudência e vigilância nossa fé e rejeitar tudo o que se lhe opõe. (Catecismo da Igreja Católica - 2088)
Não podemos duvidar do poder de Deus, ao passo que perdemos a fé em nosso Senhor estamos transgredindo a sua lei, por isso devemos alimentar a nossa fé sendo vigilantes na oração com confiança e esperança.
“Quando Deus se revela e chama o homem, este não pode responder plenamente ao amor divino por suas próprias forças. Deve esperar que Deus lhe dê a capacidade de corresponder a este amor e de agir de acordo com os mandamentos da caridade. A esperança é o aguardar confiante da bênção divina”. (Catecismo da Igreja Católica - 2090)
Não devemos cair em desespero! Agindo assim acabamos nos esquecendo da bondade de Deus, à sua justiça, porque o Senhor é fiel à suas promessas e à sua misericórdia.
Também não devemos ser presunçosos, esperando poder salvar-se sem a ajuda do alto. Ou então se apoiar somente na misericórdia de Deus esperando obter seu perdão sem conversão e a glória sem mérito.
Por tudo isso ao passo que perdemos a esperança nos distanciamos da lei divina e conseqüentemente do seu criador.
 “A fé no amor de Deus envolve o apelo e a obrigação de responder à caridade divina por um amor sincero. O primeiro mandamento nos ordena que amemos a Deus acima de tudo e acima de todas as criaturas, por Ele mesmo e por causa dele. “(Catecismo da Igreja Católica - 2093)
Ser caridoso é não ser indiferente, ingrato, a indiferença negligencia ou recusa a consideração da caridade divina, menospreza a iniciativa de Deus em nos amar e nega sua força. A ingratidão omite ou se recusa a reconhecer a caridade divina e a pagar amor com amor.
“Os atos de fé, de esperança e de caridade ordenados pelo primeiro mandamento cumprem-se na oração. A elevação do espírito para Deus é expressão da adoração que lhe rendemos: prece de louvor e de ação de graças, de intercessão e de súplica. A oração é uma condição indispensável para poder obedecer aos mandamentos de Deus”. (Catecismo da Igreja Católica - 2098)
"É preciso orar sempre. sem jamais esmorecer" (Lc 18,1).
O primeiro mandamento convida o homem a crer em Deus, a esperar nele e a amá-lo acima de tudo. Adorar a Deus, orar a Ele, oferecer-lhe o
culto que lhe é devido, cumprir as promessas e os votos que foram feitos a Ele são os atos da virtude de religião que nascem da obediência ao primeiro mandamento.


Não farás para ti imagem esculpida de nada que se assemelhe ao que existe lá em cima, nos céus, ou embaixo, na terra, ou nas águas que estão debaixo da terra. (Ex 20,4)
 A lei divina incluía a proibição de toda representação de Deus por mão do homem. O Deuteronômio explica: "Uma vez que nenhuma forma vistes no dia em que o Senhor vos falou no Horeb, do meio do fogo, não vos pervertais, fazendo para vós uma imagem esculpida em forma de ídolo..." (Dt 4,15-16). Eis aí o Deus absolutamente transcendente que se
revelou a Israel. "Ele é tudo", mas, ao mesmo tempo, ele está "acima de todas as suas obras" (Eclo 43,27-28). Ele é "a própria fonte de toda beleza criada" (Sb 1 3,3).
No entanto, desde o Antigo Testamento, Deus ordenou ou permitiu a instituição de imagens que conduziriam simbolicamente à salvação por meio do Verbo encarnado, como são a Serpente de Bronze, a Arca da Aliança e os Querubins.  Foi fundamentando-se no mistério do Verbo encarnado que o sétimo Concílio ecumênico, em Nicéia (em 787), justificou, contra os iconoclastas, o culto dos ícones: os de Cristo, mas também os da Mãe de Deus, dos anjos e de todos os santos.
 O culto cristão das imagens não é contrário ao primeiro mandamento, que proíbe os ídolos. De fato, "a hora prestada a uma imagem se dirige ao modelo Original, e "quem venera uma imagem venera a pessoa que nela está pintada. A honra prestada às santas imagens é uma "veneração respeitosa", e não uma adoração, que só compete a Deus.
Oculto da religião não se dirige às imagens em si como realidades, mas as considera em seu aspecto próprio de imagens que nos conduzem ao Deus encarnado. Ora, o movimento que se dirige à imagem enquanto tal não termina nela, mas tende para a realidade da qual é imagem. (Catecismo da Igreja Católica, 2129 – 2132)

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